Rosana Souza
domingo, 2 de agosto de 2009
CANÇÃO DOS VENTOS
Na ante sala das vidas,
No bastidor desgastado do tempo,
A solidão muitas vezes
Borda com "nós" de esquecimento,
Uma armadura pesada de defesa
Urdida nas incertezas
de tantas despedidas
Num passado atroz..
Mas o coração não obedece a razão.
Desconhece as artimanhas do destino,
Ficando sempre em desatino
cara a cara com a paixão,
Que chega cavalgando veloz
Um cavalinho branco de papel
Arrastando letras enveredadas
(esvaziando lembranças do tonel)...
Na canção dos ventos tintos
Que abriu a noite entrecortada
Num céu minguado de estrelas
Antes do alvorecer,
A Lua cheia e enamorada
Dá um sopro de luz no sonho
Num coração quase dormente
que acorda pra viver.
Rosana Souza.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Ah, o coração! Sempre dando cor em nossas vidas, seja tinto, seja luz!
ResponderExcluirBeijos querida
Lindo domingo
RosanAzul, é tâo bom ler sua poesia, você nos enche de magia,
ResponderExcluirBoa semana,
com carinho
Efigênia Coutinho
Um texto bastante lírico, e eu não sei fazer assim.
ResponderExcluirMuito bem!
Felicidades, Rosana!
TEMPO
ResponderExcluirPassa tão breve o tempo
sobre o tempo que passa,
que não sei se sobra,
se ainda falta tempo
ou tudo não passa apenas
dum mero passatempo.
Uma única certeza:
cego, o tempo passa.
Com o tempo passo;
comigo passa o tempo.
É por isso que passo
demais para ter tempo.
A ilusão reside em mim
todo o tempo, passo a passo
e não no período de tempo,
que embora alheio passe,
sempre chega a tempo.
Eu somente passo.
Beijinho
João
o vento transporta-nos a voz, a música de que somos feitos em pedaços perdidos de versos esquecidos, canções que cantamos de memória, porque nossas são e a jogamos no vento.
ResponderExcluirNunca o coração obedece à razão...
ResponderExcluirTem a sua própria lógica que nunca explica, pois é viver que conta..
Lindo.
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Oi querida Ro
ResponderExcluirDizias coisas, palavras,
palavras soltas aos ventos.
Mas nas canções que falavas,
os ventos arrastam letras
e as folhas sopram lamentos.
Linda canção
Um beijo
Victor Gil
Querida amiga Rosana
ResponderExcluirTens uma verdadeira e autêntica alma poeta. Fazes-me recordar a grande poetisa portuguesa Florbela
Espanca, de quem sou fã incondicional. Da tua alma brotam
palavras suaves e quentes, envolvidas por sentimentos de
esplendor. Parabéns querida amiga.
Beijinhos
Alvaro